Música da família Rodrigues
Trecho da entrevista exclusiva de Ivo Rodrigues, líder do Blindagem. Versão sujeita à alterações e revisões até a publicação do livro.
E a sua filha?
Ela é DJ. Não sei da onde ela tirou essa. Essa é demais, porque eu não engulo esses troços. Ela diz:
- Pai eu vou tocar em tal lugar.
- Você aprendeu a tocar algum instrumento?
- Não, eu sou DJ. Eu toco os discos lá.
- Porra, mas que merda isso.
É muita cara de pau. Bota os discos e diz que ela toca. E os caras curtem, é o maior sucesso. É bom até para o cara que é dono de bar, em vez de gastar uma grana com uma banda, põe um mané lá pondo disco.
Deve ser uma peleja musical entre ela e os roqueiros da casa.
Quanto a música sim. Eu procuro não me aprofundar muito porque cada um tem seu gosto. É a geração dela. Mas ela gosta muito do Blindagem e de rock. Sempre quando tem shows que eu vou ela, vai comigo. O Ivan gosta de rock anos cinqüenta e sessenta. Eles são assim tipo aqueles mods ingleses. Terninho, magrinhos, tipo The Who assim. Keith Moon assim, aqueles troços. Eu comprei a primeira bateria para ele quando ele tinha 14 anos. Incentivo, assim como meu pai fez comigo.
Teu pai foi quem te levou à música?
Na vida inteira. Eu canto desde os sete anos de idade - recebia carta de todo o Brasil, eu cantava na PRB2, de Curitiba, meu pai levava para cantar em programas de auditório. Tinha fã-clube e tudo. Pediam cabelo meu, que eu cortasse chumaço de cabelo para as fãs. Então eu cantava e ganhava tudo que era prêmio. Tinha voz - meu pai sempre dizia para mim: “Cantor tem que ter voz. Não me venha de Roberto Carlos”.
Um comentário:
Não me venha de ROBERTO CARLOS...é ótimo!
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