segunda-feira, 14 de maio de 2007

Bendito seja o computador

Desde que descobri meu interesse pela escritura (há muitos anos já), sempre tentei imaginar como seria escrever nos tempos sem computador. Que pensamento cliché, eu sei. Mas na verdade é porque hoje parei a pensar o fácil que é tudo. Não consigo imaginar o trabalho que seria fazer Curitibocas numa máquina de escrever.

Mesmo sendo da geração dos computadores, da Internet e de tudo isso, gosto da aura daqueles objetos. Dá uma sensação de pureza na escritura. O pensamento se imprime no papel com muita força - até você escuta o som de cada tecla enquanto escreve. Sei lá. O texto é diferente.

Numa época eu até escrevia na máquina de escrever do meu pai. Era verde. Acho que ainda está em casa. Mesmo com o computador ao meu lado, preferia essa experiência. Fiquei frustrada várias vezes ao não conseguir produzir um texto sem erros. Não tem "delete" numa máquina de escrever.

Hoje a coisa é mais rápida. O teclado dá fluidez na escrita. Na tela do computador você vê o texto e modifica as vezes que seja necessário. Esta reflexão parece superficial, mas foi motivada pelo fato de estar o dia inteiro focada no livro - e por conseqüência, frente ao computador por várias horas.

Estivemos no mesmo ambiente mas nos falamos muito pouco. Tanto João quanto eu precisamos de concentração no texto. Esse silêncio me fez pensar o que aconteceria se trocássemos dois computadores por máquinas de escrever. As energias seriam um pouco mais tensas e teríamos um concerto de sons de tanto teclar. Só basta dizer: Bendito seja o computador.

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