quinta-feira, 10 de maio de 2007

Museu com acervo humano

Ir ao museu é uma prática pouco comum na sociedade atual. Tem tanta oferta, tanta coisa para fazer que ficar num lugar silencioso, cheio de coisas estáticas e pouco transitado, não parece muito tentador.

Eu demorei para apagar a relação entre museu = escola. Na época não gostava de fazer essas visitas com a minha turma. Os monitores eram chatos, sempre era caótico, e quase nunca sentia que tinha aprendido algo.

Na minha infância, como a de muitos outros, minha avó foi a responsável pela iniciação na cultura. Quando íamos nos museus, a compensação pela hora e meia de visita era uma refeição em Mc Donalds - boa estratégia, sempre funcionava. Também lembro de uma vez que levou, em diferentes dias, aos 14 netos a uma exposição sobre Alexandre Magno. Para nos incentivar diz que quem escrevesse sobre a visita ganhava 10 pesos. Eu fiz, eu ganhei. Não questiono os métodos da minha avó porque funcionaram para que hoje a cultura seja um dos meus grandes interesses.

Em fim, comecei falando sobre como a visita aos museus não é tão praticada atualmente, viajei um pouco pelas lembranças e agora estou de volta. Em 1991 um grupo meio maluco criou em São Paulo um museu onde o acervo é simplesmente as pessoas comuns. Peço aos autores que não pensem coisas extranhas, e leiam sobre este negócio. É o seguinte: o Museu da Pessoa é uma rede virtual de pessoas que tem uma história de vida e querem dar-lá a conhecer. Qualquer um pode se cadastrar e dar um depoimento, fotos, áudio, artigos e exposições de algum aspecto da sua vida. É um site cheio de histórias, experiências e pontos de partida para boas pesquisas..

Curitibocas - Diálogos Urbanos reúne 17 entrevistas a personagens de Curitiba. Depois de dar uma olhada a este site, fiquei me sentindo pouco frente a tantas histórias de vida para descobrir. Mas será para outra ocasião. Concordo com os valores deste museu. Entre outros, tem um que se relacionam com o que já dizemos várias vezes: toda pessoa é interessante. Se dá a sensação do contrário, o problema é do entrevistador.


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