"Disseram que" é a solução para o confronto
Entrevistador não faz competição de inteligência com o entrevistado. Bem, alguns adoram demonstrar sua erudição, mas considera-se um erro já que a entrevista deve sempre privilegiar quem responde as perguntas.
Existem aquelas perguntas que são polêmicas e não devem ser evitadas, sob pena de dar a impressão ao leitor de falta de coragem do repórter. Quem entrevistar Sam Raimi deve mencionar o que grande parte dos fãs do cabeça de teia ficaram decepcionados com Spider-Man 3, por exemplo.
Um excelente conselho do crítico de cinema Sebastian Tabany. Para contornar esse tipo de questão, faça menção da opinião dos outros. No caso do Homem-Aranha 3, o entrevistador evita constrangimento se formular a perguna "alguns críticos desqualificaram o filme, o que você acha disso?". Assim evita-se o enfrentamento direto com o entrevistado.
No Curitibocas, essa máxima foi solenemente ignorada quando entrevistamos Edílson Viriato. Ele queria ser desafiado, pedia uma entrevista diferente.
O contrário aconteceu com a Irmã Custódia. A técnica foi explorada ao pé da letra. Para perguntar sobre a pomposidade dos papado, menti ter lido em um artigo do "New York Times" que dizia que caso Jesus voltasse, jamais usaria as roupas de Bento 16. Nem sentaria no trono como um rei enquanto a cultura brasileira servia de bobo da corte.
Moral da história: Ceci e eu ouvimos esta maravilhosa dica em um curso de crítica cinematográfica. Tudo agrega. Um sujeito que tem o sonho de ser um grande repórter de economia vai encontrar boas idéias em material que envolve outras editorias.
Um comentário:
Nem a "Pobre Freira"escapou das artimanhas jornalísticas...Muito Bom!
Juarez Silva
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