Em sunga e bicicleta deu o sim
Nosso livro tem um entrevistado que infelizmente não podemos obviar. Seria triste publicar o livro sem o personagem mais insólito de Curitiba: Oilman. Não conheço lugar nenhum que tenha uma pessoa que ande de bicicleta pela cidade de sunga e com óleo no seu corpo. Realmente é algo único.
No 31 de março conseguimos fazer uma entrevista com esta pessoa tão particular. Dias depois, falou conosco dizendo que queria revogar a autorização. Combinamos então uma reunião para discutir melhor o assunto, até almoço preparamos. Ele não veio.
O dilema de Oilman ficou em suspenso. Decidimos falar com ele só quando tivéssemos a entrevista editada, com a esperança de que não faça questão nenhuma sobre a publicação.
Perto das seis da tarde eu estava na rua XV de novembro, quando vi o Oilman passar. É a segunda vez que me acontece, só que a primeira vez tinha uma sunga azul e hoje era vermelha. Fique em choque. Não sabia se era melhor aguardar até ter a entrevista em mão ou me lançar a falar com ele nesse mesmo instante.
Parada, pensando, avaliando as possibilidades, fiquei aí pelo menos um minuto, tempo suficiente para que o homem-óleo fosse embora. Daí tomei a determinação de resolver o assunto na hora. Pedalei até alcançar-lo. O chamei pelo nome verdadeiro, Nelson. Ele parou, me olhou, me reconheceu e só depois decidiu me cumprimentar.
Perguntou pelo livro, e rapidamente respondeu a pergunta que eu estava fazendo na minha cabeça. Talvez temos alguma conexão mental, quem sabe. O importante é que cedeu. Diz que temos a assinatura dele e que podemos publicar a entrevista de começou ao fim. Eu, tentando esconder minha felicidade, fez alguns comentários um tanto mais "light" e consegui tirar um sorriso do Oilman.
A gente se despediu em bons términos. Eu para meu apartamento pensando neste texto e ele gerando polêmica na rua XV de novembro.