sexta-feira, 6 de julho de 2007

Triângulo das Bermudas no Pilarzinho

Nesta semana tive que ir ao Pilarzinho, bairro com ruas que se cortam, subidas, descidas, curvas... Em fim, já fui algumas vezes mas não é a área na qual mais freqüento. Me anticipei e procurei na Internet o endereço. Até fiz um mapa numa folha, colocando as ruas perto do ponto que precisava chegar. No momento nem sabia que o trajeto ia ser tão difícil.

Deixei minha bicicleta na Praça Tiradentes e peguei o ônibus Bracatinga. Até ali tudo bem. Mas quando perguntei à cobradora se sabia aonde eu tinha que parar, ela não conseguiu me responder. "Santa Cecília? Mas nós não passamos por essa rua". Eu tinha certeza que sim, já tinha pegado essa linha em outras ocassiões. Na confussão, um passageiro interrompeu dizendo: "Passa sim. Tem que descer na Hugo Simas".

Seguindo as instruções, desci no ponto. O lugar não parecia o mesmo da última vez que esteve lá. Andei pela Rua Santa Cecília e aí começou o desafio. Subi, desci, virei... Em fim, sabia que estava perto mas não encontrava o endereço. Perguntava as pessoas que supostamente moravam ou trabalhavam no Pilarzinho e ninguém conseguia me orientar. Engraçado, se trata de uma rua do seu barrio, num perímetro de dez quarterões.

Numa hora o bairro se transformou mais numa honra à música que a outra coisa. De repente, as únicas ruas eram Strauss, Beethoven, Mozart... Sério, eu não entendia nada. Até que decidi parar a um auto que vinha muito devagar na minha direção. Uma mulher de rasgos japoneses conduzia o carro. Um cheiro estranho saiu do dentro do veículo. Ignorei o cigarro que estava fumando e perguntei pela rua que procurava. Também não soube me indicar, mas estava disposta a me ajudar. Parou um motoboy, quem apareceu com um mapa (bendito mapa!) e me disse: "Tem que subir uns cinco quarterões, ali virar á esquerda e logo a direita". Simples, ?

A simpática mulher estava me aguardando. Olhei para ela e nem precisei perguntar, já me disse: "Te dou uma carona". No carro percebi que ela tinha mudado de cigarro, o cheiro já era mais comum. Aos poucos minutos chegamos ao meu destino sanas e salvas.

O episodio me demonstrou mais uma vez a desorientação na que se vive em Curitiba. É coisa séria que as pessoas não saibam se orientar num perímetro mínimo de dez quarterões. Mesmo mostrando um mapa, parecem estar no Triângulo das Bermudas. No final sempre há alguém que sabe, é só aguardar até encontrá-lo.

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