terça-feira, 17 de julho de 2007

Curitiba e seu urbanismo

Trecho da entrevista com o arquiteto Key Imaguirre. Versão sujeita a alterações e revisões até a publicação do livro.

Jaime Lerner é um bom urbanista? [Suspira] A pergunta para mim é fácil de responder. Mas a coisa tem conotação política e aí já me desagrada um pouco. Acho que num determinado momento ele foi um bom administrador para cidade no sentido que ele acreditou na história do Plano Diretor, fez os governos militares acreditarem e conseguiu os financiamentos nacionais e internacionais. Acho que ele tem esse grande mérito como prefeito. Como governador é outra história. Só que entre ser um administrador e ser urbanista, a diferença é muito grande. Quem deu a substância urbanística para ele ser um bom administrador foi o IPPUC, que não é invenção dele. O Plano Diretor não é de autoria dele, é do Jorge Wilhelm, paulista. Ele tem esse mérito em determinados momentos de saber escolher o pessoal para ir compor o IPPUC e essa instituição subsidiar a cidade com o que ela necessitava. Identificar os problemas da cidade. Lerner é meu colega na Universidade Federal do Paraná. É o único professor contratado antes de mim que nunca deu aula. Ele sempre está num cargo de alguma coisa que ele tem direito de estar licenciado. Jamais deu aula. Eu estou lá há 32 anos. Ele está há 33, uma coisa assim. Não sei o que ele é agora, mas algo ele tem.

Se Key Imaguirre fosse prefeito de Curitiba... Teria evitado essa explosão da população. Acho que isso foi muito efeito de propaganda, mas enfim, aconteceu. Os curitibanos estão submersos, estão meio diluídos. A partir da década de 70 teve muita propaganda sobre a cidade que tinha mais qualidade de vida que as outras cidades brasileiras. Acho que na verdade submergiu um pouco.

Era propaganda enganosa? Não é bem enganosa. O negócio é que era propaganda política. Inventam esses slogans. Não acredito que tenha tanta diferença na qualidade de vida. É que nem a historia do frio de Curitiba. Cadê?

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