terça-feira, 3 de julho de 2007

Cachorro traz oxigênio


Hoje poderia escrever sobre nosso encontro com uma editora. Ou com a batalha das impressoras da PUCPR. Mas no final da noite, um filme venceu na hierarquia de interesse do dia e à ele dedico as seguintes linhas. Teatro Sesc da Esquina, Amostra de Cinema Argentino, último filme. Fui em dois dias anteriores para ver quatro filmes e duas palestras. Razoável até então, com filmes que pareciam dever ao tão afamado Novo Cinema Argentino. Até que vi este último filme há poucas horas. Carlos Sorin, diretor da recomendada by Ceci "Histórias Mínimas" traz "O Cachorro" ("Bombón, El Perro"). E aí puxo o freio de mão. Uma coisa que detesto em comentários cinematográficos é o fato de você guiar os olhos e a percepção dos que assistirão o filme depois. Algumas películas são sensíveis a este tipo de tratamento. Um crítico sem pudor pode esgotar e matar um bom filme com isso.

"O Cachorro" trata de um homem e seu cachorro sem virar "Lesie" ou qualquer outro filme com cachorros. Tudo é muito real e muito doloroso para o recém desempregado Juan Villegas (interpretado pelo ator homônimo) que parece ter aprendido a conviver suas derrotas. A interpretação de Villegas é de um nível... seguramente o melhor que vi no ano e um dos melhores que vi em vida.

Filme altamente recomendado. Para quem está imerso nessa seqüencia de blockbusters ruins e tomadores de salas de cinema (Piratas, Spider, Shrek, Quarteto...) eis uma bolsa de oxigênio.

*****
Uma coisa que me dá esperança ainda foi as salas com bom público em todos os dias que fui. Também, com ingresso à R$ 2 (R$ 1 para estudante), filmes inéditos em sessões duplas e palestras com grandes nomes do cinema argentino... bem, se isso não desse certo, juro que deletaria o livro.

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