Ainda sobre a morte das entrevistas...
Este post é meio que uma continuação do assunto tratado aqui. O "meio que" me exime de qualquer culpa quanto às expectativas do leitor =P
Ontem executei a famigerada fase 5 com Didonet Thomaz. Ela leu a entrevista dela e corrigiu os equívocos.
Se tivessemos passado por cima desta correção, muitos nomes seriam publicados de maneira incorreta, além de alguns fatos que perderam validade. Didonet caiu na tentação que os jornalistas tanto temem: quis corrigir imperfeições de sua fala.
Na verdade dei para Didonet uma versão anterior a revisão "pente-forte-no-error". Era evidente a quantidade grande de palavras "eu" na fala dela. Alguns vão permanecer. Expliquei que a entrevista é um gênero que se aproxima mais da fala que o texto científico que ela esta acostumada a produzir e ler. Ela entendeu. Deixou a nosso critério suprimir alguns excessos de linguagem.
Como pesquisadora, Didonet achou normal a checagem de dados e nos felicitou por sermos cuidadosos com esta parte. Por que será que os jornalistas - pesquisadores dos fatos relevantes do dia - se negam a este tipo de atitude. Alguns alegam que falta tempo. Arrisco dizer que na maioria dos casos sobra tempo.
A trava vem da recomendação do manual, executar a conferência no ato da entrevista. IMO, isso tira a fluidez da conversa. Ficar dizendo "pera, pera, um minutin só... como se escreve Cecilia? Com acento no `i´?". Sem contar que na hora da entrevista mal sei qual são os dados que utilizarei na matéria final. De que adianta eu me esmerar em escrever "Cezar" com "Z" e "Varella" com dois "Ls" se no final nem vou citar esse mané?
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Entre uma rabiscada e outra do lápis de Didonet, conversávamos. Papo bom, de se levar por horas. Ainda mais com o café que ela prepara. Ela pega vários pós - todos lícitos, btw -, mistura Nescafé, agua quente e, voilá, café pegadaço.
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