sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Hipótese sobre o curitibano

"Curitibocas - Diálogos Urbanos" tem a intenção de questionar, mediante as vozes dos entrevistados, vários mitos de Curitiba. Um dos debates que aparece no livro é a questão da identidade do curitibano. Não dá para negar que várias vezes é descrito como frio ou fechado.

Luigi Poniwass, colunista da Gazeta do Povo, escreveu um belo post no seu blog sobre a personalidade curitibana. Ele é nasceu e viveu quase toda a vida aqui, o que dá certa autoridade para falar sobre as pessoas daqui. Recomendo ler o artigo inteiro, mas a continuação podem ler um trecho:


Escrevi textos e artigos detonando a nossa caipirice, e por um bom tempo reneguei totalmente o “way of life” daqui. Mas a idade e essas andanças pela minha terra aplacaram a minha ira, e hoje eu acho que essa introversão, esse constrangimento para interagir com outras pessoas, se deve muito mais a timidez do que arrogância. Não somos frios, somos “na nossa”. E aos poucos consegui identificar algumas vantagens do jeito curitibano de ser – por exemplo, às vezes, tudo o que você quer é ler o seu jornal em paz no ônibus, sem ter que ficar falando sobre o tempo.

Mesmo assim, ao contrário de muitos dos meus conterrâneos, acho que a cidade só melhora com o maior fluxo de migrantes. Os hábitos e costumes de paulistas, cariocas, gaúchos, mineiros, nordestinos, goianos, matogrossenses, paraenses, misturados ao nosso estilo “bicho-do-mato organizadinho”, vão abrir nossa cabeça e nos fazer evoluir. Alguém contesta?


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Luigi Poniwass é colunista do caderno Viver Bem, publicitário e músico. Todas as sextas-feiras toca com sua banda DeLorean no Bar Era só o que faltava.

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