sábado, 8 de março de 2008

Decepção e reparação

Vale a pena ler o texto Decepção e Reparação de Ignácio de Loyola Brandão no Estadão desta sexta-feita. Trechos:

(...)Bibliotecas não podem ser passivas, precisam ser ativas, promover coisas, tornarem-se atraentes, interessantes. Há no Brasil uma enorme incompreensão em relação a elas. Viajo e o que vejo, quando existe a biblioteca (prestem atenção, quando existe) me estarrece. Em geral, enviam para elas velhos funcionários às vésperas da aposentaria. Lugar de encosto. Gente que só espera cumprir tempo de serviço e fica ali sentada atendendo com má vontade, mandando crianças ficarem quietas, reprimindo. Uma vez, em Campo Grande, numa escola em que meus filhos estudavam, a biblioteca era o lugar de castigo. Punia-se trancando o aluno na biblioteca. Ou seja, criava-se uma relação de desgosto. Quando se deve criar amor.

(...) Em cada biblioteca que passo, pergunto: qual é o critério para a compra de livros? Em 90% dos lugares, respondem-me: quando há verba, recorremos à lista da Veja para saber o que o público quer. Parece-me um raciocínio perverso, porque raramente os melhores e os bons livros estão nas páginas da Veja. Perceberam o detalhe? Quando há verbas.

Leia o texto completo aqui.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Um dos melhores escritores da literatura brasileira contemporânea, Ignácio de Loyola Brandão - a julgar pelo que ele próprio confessou - tardou, mas se deu conta do retrocesso imposto a São Paulo pela gestão Kassab. Ah, se fosse a Marta que estivesse por fechar apenas uma estante dessas bibliotecas, já posso imaginar as manchetes do Estadão e da Folha, os comentários indignados de Cantenhêde...

João Varella disse...

Pode até ser que se fosse um governo petista o caso iria para as raias do escândalo. Hipotético.
Eu acompanhei o caso real pela Folha e acho que o jornal cumpriu bem o papel dele. Deu matéria de meia-página em Cotidiano e martelou até que o Kassab voltou atrás.