Saudades do gravador
No último post, João afirmou: "Curitibocas é um livro que sem a internet seria inviável". Gostaria de ir além e dizer que o livro não seria viável sem a tecnologia em termos mais gerais.
Hoje estou degravando uma entrevista que eu fiz aqui em Buenos Aires. O gravador é analógico (sim, os cassettes ainda existem!), porém passo o dia inteiro fazendo "stop-rewind-play" e às vezes não entendo exatamente o que o entrevistado quis dizer. É um processo muito cansativo. Daí que lembrei de quando fizemos as entrevistas para o livro.
Em todos os 17 encontros usamos o gravador digital do João. Que decisão acertada! Ter os áudios nesse formato nos deu várias vantagens. A principal foi a qualidade das declarações. Aliás, algumas entrevistas foram feitas em contextos muito barulhentos. Me lembro olhar ao João quando passava um ônibus. Nas nossas mentes, o mesmo pensamento: "Será que se escutarão as palavras do cara com este ruido?" Felizmente, deu tudo certo. Mas a verdade é que sem esse gravador, o livro teria demorado um tempão.
Aclaro que todas as degravações foram feitas pelo João. Eu até tentei, mas era complicado demais entender o que os entrevistados diziam. Português compreendo mas é bem difícil degravar em outro idioma. Então, quando falo em plural "degravamos" as entrevistas, na real foi o João quem fez.
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