Doloroso? Melhor assim
O maior desafio não foi escrever o livro. Comparado com o pouco profissionalismo das editoras de livro curitibanas, conceber o conteúdo da obra foi até fácil.
Pode parecer exagero meu, mas aprendi desde o meu primeiro emprego na farmácia Natupharma, da pujante cidade de Guaíba a me colocar do outro lado do balcão. A regra é dar a cara para bater, prestar satisfação para o cliente.
Essa condição foi bastante reforçada no meu entendimento quando trabalhei de vendedor de peças industriais na Carolfix. O ato de ignorar ou se esconder de um cliente por um atraso, poderia fazer toda uma indústria parar. Mesmo que a peça vendido fosse apenas para estoque, acho que a regra do bom profissional manda ligar para informar qualquer mudança no pacto estabelecido. "Olha, a transportadora não entregou hoje" poderia resultar em um belo palavrão, mas tenho certeza que a aflição do outro lado da linha seria menor.
Isso, para mim, é o básico de qualquer trabalho. Seja office-boy ou empresário, horários e prazos são regras. Não fez ou não cumpriu o prometido, diga algo. Não deu para dar aquele retorno básico, manda um e-mail. Em tempos de internet, a incomunicabilidade soa como desfaçatez e corpo mole.
Ceci e eu mandamos o original do livro para diversas editoras. Algumas disseram "não" logo de cara. Doloroso? Óbvio. Foi o caso da editora Moderna e de poucas outras.
Porém, aquelas que recebiam e não davam retorno, faziam o processo ter requintes de crueldade. Pediam um mês. Passava um mês, nada. "Pede para ele me dar um retorno, meu fone é tal". Se ligassem para dizer "para de me encher o saco, seu pentelho", eu estaria menos nervoso na minha espera. E assim passaram três meses.
Se eu fosse empresário, não contrataria os editores nem como office-boy. Isso sem contar na furada das furadas que nós embarcamos. Inclusive divulgamos em alguns meios a nossa editora. Parecia até razoável, mas se provou uma baita empulhação. No próximo post, que esse já está extenso demais, eu conto.
2 comentários:
Ta certo, vou comentar... nunca faço, ams hoje vou "meter a cara":
Cara, cada vez mais me identifico com os teus posts. Hoje usastes o exemplo do "caminhão que não vai chegar", pô isso eu faço bastante durante o dia, obviamente inerente à minha profissão.
Bom, no caso das editoras, temos casos históricos de recusas por obras, me lembro agora que recusaram a "Revolução dos Bichos" de George Orwell. Tá, não querendo comparar, mas foi um erro visto que o livro se tornou clássico. Acho que ter a mente aberta para o mundo é um caso cultural, e não creio haverá tão logo outro livro que fale de Curitiba com o foco de simplicidade e resgate da identidade do povo, por isso os méritos ao trabalho dos dois. Creio que esta coragem não seria tão grande se fosses cronista ou jornalista conceituado a anos em Curitiba, e isso é muito bom!
Para terminar, imagino que você e Ceci estejam muito, muito, muito ansiosos pelo nascimento do "filho" de vocês, falo filho pois vejo que o projeto assim se desenvolveu, primeiro embrião, depois gestação e nascimento em Dezembro, não contei os meses mas acho que se aproxima de nove e fico feliz por estar naquelas férias em Curitiba quando estavas marcando entrevistas com o Plá e a Efigênia, só lamento se atrapalhei. Desculpa aí.
Forte abraço e muitas vendas, Gerson Antunes.
PS.: Ah, não esquece que no meu eu vou querer autografo seu e da Ceci (mesmo que eu não entenda a sua letra João).
Gerson:
Adorei este comentário. Sério, fiquei emocionada por tudo o que você escreveu. Tó sorrindo o dia inteiro com este livro já quase pronto...
Você terá seu livro autografado com certeza. O João tem letra meio estranha mas a assinatura dele é boa =P
Um grande abraço pra você Gerson. Valeu pelo apóio e palavras motivantes! =) Tomara que a gente possa se ver novamente...
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