quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Surpresa, o chefe está logo ali

Cheguei na Ric pontualmente meia-hora antes do início do programa. Foi o que a produtora me pediu. No caminho ao estúdio, sou apresentado ao superintendente da emissora, José Carlos Caniatto. "Conversamos mais depois de sua entrevista", diz ele, sem a menor cerimônia.

Quem trabalhou em redação sabe. Os patrões estão cheios de supostas reuniões e devem sentir uma dor enorme ao apertar a mão de gente sem terno e gravata. Sem contar o asqueroso hábito dos comandados de chamar os empresários do ramo de "doutor". Imagino que seja o mesmo nas grandes corporações. Mas no caso de jornalismo, se tiver um cara pagando o salário de três repórteres já ganha o doutorado. Com o Caniatto nada disso.

Depois da entrevista - btw, depois tenho que contar sobre a conexão da apresentadora com o Curitibocas -, fui na redação dar um 'oi' para minha amiga e colega de faculdade Monique Vilela.

Consternação. A mesa do Caniatto fica no meio da redação, acessível a qualquer repórter, pauteiro, faxineiro, office-boy ou o que seja. Quer conversar com ele? Só ir ali, na mesa dele que é bem parecida a de todos.

Isso extrapola os parâmetros até das empresas pequenas e médias. Por mais que o chefe esteja com a porta aberta, ele tem uma porta. Na RIC nada disso. Ele é testemunha direta das dificuldades de todos ali. Cansei de ficar trabalhando com telefone chiado por uns dias só por receio de enfrentar a burocracia e empáfia da dita alta hierarquia corporativa.

Um repórter de uma grande redação daqui de Curitiba me contou que até alguns anos atrás, o "doutor" aparecia três vezes por ano na redação. Contadas. Cumprimentava cada repórter nesse evento. Dias de proximidade para justificar os outros 362 de distância.

É verdade que a estrutura da RIC está em reforma. Não xeretei ao ponto de perguntar se estava ali provisoriamente. Pode ser, pode ser. Mas não importa. A simpatia com que ele recebeu este reles estudante depois da entrevista foi tanta que não precisa escrever mais nada aqui.

2 comentários:

Phydia de Athayde disse...

Oi, João, tudo bom?
Sou repórter da CartaCapital, estou indo para Curitiba na segunda-feira e fico até quarta. Queria te encontrar para batermos um papo (paulista precisando de referências 'curitibocas'). Você acha possível?
Se puder me responder, meu e-mail é phydia@cartacapital.com.br e meu tel 11 8311-8300.
Obrigada, abraços,
Phydia

Phydia de Athayde disse...

PS: Sim, eu trabalho com a Cynara :), mas agora ela está em Brasília.