Presença no Paiol Literário
Tenho que ser mais comedido com minha rasgação de seda desmesurada aqui no blog. Esses dias registrei minha desilusão com a piauí. Agora a decepção é com relação ao Paiol Literário, evento que já fiz menção neste espaço. Aos fatos.
Quinta passada, estava pouco antes das 20h no Teatro Paiol para conferir o bate-papo com o carinha da foto ao lado, o escritor Fabrício Carpinejar (conheça o blog dele). "É aqui que entrega o livro", pergunto a uma moça com um crachá da Prefeitura de Curitiba. Como resposta, obtenho um olhar do tipo "só não entendi a parte que fala de entrega de livro". Segundo ela, uma tal "Margareti" não mencionara nada.
Ou seja, a tal da doação de um livro como entrada era balela. O que os meios noticiaram foi só para espantar público, ao que parece. É o terceiro Paiol Literário que essa entrada é pedida, mas não é cobrada. Como fazia tempo que não ía, achei que tinha ficado sério.
Me* aplasto em uma cadeira com uma edição do Rascunho, o jornal responsável pelo evento. Minha leitura é interrompida com uma outra moça -esta de uns 40 anos e sem crachá- com uma pasta nas mãos. "Já assinou?", me pergunta. Minha vez de lançar a cara de "só não entendi a parte que você falou em assinar". Mas consigo articular um par de palavras: "Para quê?". "Você não é dos faróis? Então não precisa", falou enquanto retirava a tal pasta das minhas mãos.
Faróis, prefeitura, Margareth e lista de presença. Não precisa ser Sherlock Holmes para deduzir que a presença ali era uma imposição da prefeitura (Margareth deve ser a Margareth Caldas Fuchs, da Secretaria Municipal de Educação). Ou era oferecida alguma vantagem. Uma forma de "pagar o sacrifício" de quem estivera lá. Do contrário, não seria necessário um controle de presença. Acompanho a pasta passar pelas mãos de pouco mais de 20 pessoas. Sem contar essas e uma meia dúzia da parte técnica, havia menos de dez espectadores.
Público curitibano, que tanto elogiei: vai tomar no cu.
Passada a breve catarse, ei de ser justo e mencionar que o papo foi ótimo, como costuma ser. Salvo por uma ou outra firula literária Carpinejar foi franco e irreverente. Falou de seu processo criativo e biografia, além de uma deliciosa tese sobre o neo-canalha. José Castello, como sempre, deixou a conversa em um nível elevado e agradável. Mês que vem rola o último do ano. Vê se vai.
* próclise no início de frase é um direito seu. Lute por isso.
2 comentários:
Agora entendi porque não mencionastes nada muito profundo em nossas conversas via MSn sobre o "Paiol"...
Patrícia Varella
Muito boa a postagem.Realmente é lamentavel a boa vontade em trazer alguem para comentar sobre seu processo literario e no fim algumas poucas cabeças aparecem. Essa do livro foi boa, estive la e tambem percebi o drama da tal entrada franca deixando um livro...
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