domingo, 16 de novembro de 2008

Os livros indispensáveis de Airton Seligman

Como o Curitibocas tem um pé no jornalismo, achei que seria interessante postar os livros que Airton Seligman, diretor de redação da Men's Health, acredita ser indispensável para jovens jornalistas:

Ficar ou não Ficar, Tom Wolfe - Sarcasmo, erudição, elegância e até um certo ranço com a modernidade são as forças do texto de Wolfe, um dos caras que projetaram o new journalism.

Como Fazer Inimigos e Alienar Pessoas, Toby Young - O jornalista inglês foi tentar fama e grana em Nova York e se deu mal. Este é o relato de seus cinco anos de danação no mundinho do jornalismo de celebridades. Engraçado e esclarecedor, ainda que meio rancoroso.

O Que Aconteceu com a Turma de 1965, Michael Medved e David Wallechinsky (talvez esgotado) - Um exemplo de como fazer uma grande reportagem: apuração, cruzamento de dados, técnica de entrevistas, perseverança. Mas também uma mostra de como aproveitar mal o levantamento. Faltou suor para edificar melhor a história - o destino dos garotos da Palisade High School, Califórnia, que haviam sido perfilados pela revista Time 10 anos antes (1965) como os caras que estavam mudando a América.


Noites Tropicais, Nelson Motta - A irreverência de Motta, virtude que falta a muitos jornalistas-historiadores, dá um sabor especial a esse livro, um relato da história da MPB da bossa nova pra cá.

O Reino e o Poder, Gay Talese - Ao contar a história do New York Times, Talese nos dá um guia sobre como se acomodam as forças dentro de uma estrutura gigantesca, sempre à mercê de egos, vaidades, psicoses e genialidades diversas. O texto é cruel, não deixa o leitor largar o livro.

A Mulher do Próximo, Gay Talese - Com esse enorme painel da sexualidade americana da segunda metade do século 20, Talese, uma das feras do new journalism, demonstra como se pode ser enciclopédico sem ser chato.

Fama e Anonimato, Gay Talese - Só a longa história da construção da ponte do Brooklyn, em Nova York, já seria motivo para ter esse livro, mas dá para se deleitar com todas as reportagens do volume. O texto e a apuração meticulosos do relato do resfriado de Frank Sinatra são prova de que fazer jornalismo pode ser muito divertido.

Dentro da Floresta, David Remnick - O editor da New Yorker não chega a ser um Norman Mailer, mas não faz feio quando relata a vida de um boxeador (Mike Tyson). Sua ourivesaria com as palavras e o respeito às idéias e aspas das fontes fazem desse livro, que reúne várias reportagens suas, um exemplo de correção.

O Segredo de Joe Gould, Joseph Mitchell - A polêmica relação entre repórter e fonte - um maluco que vive nas ruas de Nova York - nos coloca diante da velha encruzilhada: a fonte é mala, mas pode render uma ótima história. A autocrítica do autor vale como aviso.

Fonte: Curso Abril de Jornalismo


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